Gravidez na Acondroplasia

A gravidez na acondroplasia pode ser assustadora: respirar durante o 3º trimestre pode não ser fácil, especialmente para pessoas com cifoescoliose severa, cesariana é inevitável devido à pélvis pequena, nascimento prematuro é comum e a anestesia pode ser complicada [1-3].

 

No entanto, é possível ter um parto de termo e há alternativas no que toca à anestesia.

 

Aqui apresentamos dois casos de partos em mulheres com acondroplasia. No primeiro, publicado por Dubiel, L. et al. (2014) "Achondroplasia: anesthetic challenges for caesarean section" no International Journal of Obstetric Anesthesia 23(3): 274-278, reportou haver dificuldades na respiração cedo (11 semanas), mas com um aumento de severidade no 3º trimestre, que piorou devido a ansiedade severa e levou a uma cesariana às 32 semanas.

 

A anestesia neuroaxial é considerada dificil do ponto de vista técnico, devido ao canal espinal estreito e a possíveis anomalias espinais, tais como a estenose e a cifoescoliose, e está também associada a complicações neurológicas [3].

 

Por esta razão, a anestesia geral normalmente é a solução preferida, mesmo quando também já foram identificados desafios técnicos para este procedimento, devido à instabilidade cervical, macroglossia, e extensão cervical limitada. Não há guidelines para esta forma de anestesia e o método utilizado deve ser selecionado dependendo do paciente. Em ambos os casos documentados a anestesia geral foi feita sem dificuldades na intubação ou na respiração manual [1, 2].

 

No segundo caso, a gravidez foi levada a termo, com o parto de um bebé saudável às 37 semanas, mostrando que é possível que uma mulher com acondroplasia dê à luz um bebé próximo da data prevista, desde que tenha uma monitorização próxima [2].