Monitorização do Crescimento
Um dos guias mais conhecidos para a saúde em crianças com acondroplasia foi publicado em 2005 no American Academy of Pediatrics Journal por Trotter, T. e Hall, J.. O documento completo, que pode ser lido aqui, recomenda os pediatras em como melhor aconselhar os pais de crianças com acondroplasia, como prevenir complicações e, mais importante, como monitorizar a sua saúde enquanto crescem [1].
Muitos parâmetros são monitorizados em todas as crianças desde o nascimento até à idade adulta, nomeadamente os reflexos e a taxa de crescimento. A taxa de crescimento é acompanhada ao marcar a altura da criança numa curva de crescimento (também chamadas curvas de percentis). Ao registar a altura de uma criança e comparar com a taxa de crescimento típica de outras crianças com acondroplasia, é possível observar se uma criança com acondroplasia está a crescer à taxa esperada e que impacto os tratamentos promotores do crescimento estão a ter. Quando o crescimento de uma criança cai fora destas curvas, é possível que haja uma complicação ou condição subjacente que precise de ser tratada. [1-4].
Embora o Dr. Horton tenha desenvolvido curvas de crescimento em 1978, é do conhecimento geral que há variações nos parâmetros médios da população (assim como a altura, o peso e a circunferência da cabeça) entre países. Também se sabe que a população geral não está estagnada, alterando-se com o passar do tempo, visto que as curvas de crescimento padrão para a população de estatura média foram atualizadas recentemente (por exemplo, nos EUA foram atualizadas pelo CDC em 2000, usando os padrões da Organização Mundial de Saúde) [5-7]. Por estas razões, recentemente foram desenvolvidas novas curvas de crescimento para a maior parte destes parâmetros para crianças com acondroplasia da população americana pela Dr.ª Hoover-Fong e a sua equipa, para a população argentina pela Dr.ª Del Pino e a sua equipa e para a população australiana pela Dr.ª Tofts e a sua equipa [2-4].
Estes gráficos (disponíveis em baixo) foram construídos para monitorizar todos os parâmetros que têm relevância clínica do nascimento até à idade adulta: altura, peso, perímetro cefálico (pode ser interpretado como circunferência da cabeça), índice de massa corporal (IMC) e o diâmetro do foramen magnum. Os gráficos disponíveis de momento podem ser consultados clicando nos botões no fundo da página.
Os dados para a taxa de crescimento linear (curvas de percentil altura) tem grande relevância na identificação de condições subjacentes, assim como no aumento do conhecimento da evolução natural a acondroplasia e, com isto, facilitar o desenvolvimento de novos medicamentos. Além disso, o desenvolvimento de novos medicamentos usa, frequentemente, o crescimento linear como o principal resultado do efeito do mesmo, o que requer curvas de crescimento precisas para efeitos de comparação [2].
Os gráficos de evolução do peso (curvas de percentil peso) e IMC têm um papel importante na monitorização da saúde em ambiente clínico em para crianças e adolescentes com acondroplasia. Por um lado, as taxas de obesidade em acondroplasia são 3 a 8 vezes mais altas que na população geral, e, visto que também há um risco acrescido de morte relacionada com doenças cardiovasculares, que também piora com a obesidade, recomenda-se o aconselhamento nutricional [8, 9]. Por outro lado, há a possibilidade da criança não se desenvolver, especialmente durate a infância, o que pode ser um sinal de uma condição subjacente, como a compressão cervico-medular, que necessita de uma avaliação neurocirúrgica [10].
Por fim, monitorizar alterações no perímetro cefálico (com curvas de percentil perímetro cefálico permite a deteção de um crescimento fora da norma ou aumentos rápidos no tamanho, e ajuda a rastrear potenciais complicações, como hidrocéfalo que é mais comum nos primeiros 2 anos de vida e pode indicar outras condições subjacentes, como a compressão da cervical ao nível do foramen magnum [3, 11]. Devido a esta última complicação, e visto que pode ser a causa do hidrocéfalo e de uma maior incidência de morte súbita infantil, o diâmetro do foramen magnum deve ser acompanhado desde cedo, para permitir uma intervenção precoce (se necessário) e prevenir a formação de sequelas causadas por estas condições [11, 12].
Embora o Dr. Horton tenha desenvolvido curvas de crescimento em 1978, é do conhecimento geral que há variações nos parâmetros médios da população (assim como a altura, o peso e a circunferência da cabeça) entre países. Também se sabe que a população geral não está estagnada, alterando-se com o passar do tempo, visto que as curvas de crescimento padrão para a população de estatura média foram atualizadas recentemente (por exemplo, nos EUA foram atualizadas pelo CDC em 2000, usando os padrões da Organização Mundial de Saúde) [5-7]. Por estas razões, recentemente foram desenvolvidas novas curvas de crescimento para a maior parte destes parâmetros para crianças com acondroplasia da população americana pela Dr.ª Hoover-Fong e a sua equipa, para a população argentina pela Dr.ª Del Pino e a sua equipa e para a população australiana pela Dr.ª Tofts e a sua equipa [2-4].
Estes gráficos (disponíveis em baixo) foram construídos para monitorizar todos os parâmetros que têm relevância clínica do nascimento até à idade adulta: altura, peso, perímetro cefálico (pode ser interpretado como circunferência da cabeça), índice de massa corporal (IMC) e o diâmetro do foramen magnum. Os gráficos disponíveis de momento podem ser consultados clicando nos botões no fundo da página.
Os dados para a taxa de crescimento linear (curvas de percentil altura) tem grande relevância na identificação de condições subjacentes, assim como no aumento do conhecimento da evolução natural a acondroplasia e, com isto, facilitar o desenvolvimento de novos medicamentos. Além disso, o desenvolvimento de novos medicamentos usa, frequentemente, o crescimento linear como o principal resultado do efeito do mesmo, o que requer curvas de crescimento precisas para efeitos de comparação [2].
Os gráficos de evolução do peso (curvas de percentil peso) e IMC têm um papel importante na monitorização da saúde em ambiente clínico em para crianças e adolescentes com acondroplasia. Por um lado, as taxas de obesidade em acondroplasia são 3 a 8 vezes mais altas que na população geral, e, visto que também há um risco acrescido de morte relacionada com doenças cardiovasculares, que também piora com a obesidade, recomenda-se o aconselhamento nutricional [8, 9]. Por outro lado, há a possibilidade da criança não se desenvolver, especialmente durate a infância, o que pode ser um sinal de uma condição subjacente, como a compressão cervico-medular, que necessita de uma avaliação neurocirúrgica [10].
Por fim, monitorizar alterações no perímetro cefálico (com curvas de percentil perímetro cefálico permite a deteção de um crescimento fora da norma ou aumentos rápidos no tamanho, e ajuda a rastrear potenciais complicações, como hidrocéfalo que é mais comum nos primeiros 2 anos de vida e pode indicar outras condições subjacentes, como a compressão da cervical ao nível do foramen magnum [3, 11]. Devido a esta última complicação, e visto que pode ser a causa do hidrocéfalo e de uma maior incidência de morte súbita infantil, o diâmetro do foramen magnum deve ser acompanhado desde cedo, para permitir uma intervenção precoce (se necessário) e prevenir a formação de sequelas causadas por estas condições [11, 12].
Clique nas secções abaixo para aceder às curvas de percentil respetivas:
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Fontes:
- Trotter, T.L. and J.G. Hall, Health Supervision for Children With Achondroplasia. Pediatrics, 2005. 116(3): p. 771-783.
- Hoover-Fong, J., et al., A height-for-age growth reference for children with achondroplasia: Expanded applications and comparison with original reference data. American Journal of Medical Genetics Part A, 2017. 173(5): p. 1226-1230.
- del Pino, M., V. Fano, and H. Lejarraga, Growth references for height, weight, and head circumference for Argentine children with achondroplasia. Eur J Pediatr, 2011. 170(4): p. 453-9.
- Tofts, L., et al., Growth charts for Australian children with achondroplasia. Am J Med Genet A, 2017. 173(8): p. 2189-2200.
- Schonbeck, Y., et al., The world/'s tallest nation has stopped growing taller: the height of Dutch children from 1955 to 2009. Pediatr Res, 2013. 73(3): p. 371-377.
- CDC. Clinical Growth Charts. Growth Charts 2009 [cited 2017 15/05].
- Horton, W.A., J.G. Hall, and J.T. Hecht, Achondroplasia. The Lancet, 2007. 370(9582): p. 162-172.
- Hoover-Fong, J.E., et al., Age-appropriate body mass index in children with achondroplasia: interpretation in relation to indexes of height. Am J Clin Nutr, 2008. 88(2): p. 364-71.
- Poirier, P., et al., Obesity and cardiovascular disease: pathophysiology, evaluation, and effect of weight loss: an update of the 1997 American Heart Association Scientific Statement on Obesity and Heart Disease from the Obesity Committee of the Council on Nutrition American Heart Association Scientific Statement on Obesity and Heart Disease from the Obesity Committee of the Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism. Circulation, 2006. 113(6): p. 898-918.
- Hoover-Fong, J.E., et al., Weight for age charts for children with achondroplasia. American Journal of Medical Genetics Part A, 2007. 143A(19): p. 2227-2235.
- Ireland, P.J., et al., Optimal management of complications associated with achondroplasia. The Application of Clinical Genetics, 2014. 7: p. 117-125.
- Hecht, J.T., et al., Growth of the foramen magnum in achondroplasia. Am J Med Genet, 1989. 32(4): p. 528-35.